Coriza Infecciosa (Gôgo)
A coriza infecciosa, vulgarmente denominada gôgo, é uma doença bacteriana respiratória aguda, subaguda ou crônica, altamente contagiosa, que afeta, principalmente, o trato respiratório superior das aves. Causada pela bactéria Haemophilus paragallinarum, tem nas galinhas suas hospedeiras primárias, podendo atacar, também, outras aves, como os faisões, capotes e peruas, atingindo todas as idades.
Muito comum em criações de aves domésticas é caracterizada por corrimento nasal, espirros e edema (inchaço) da face baixa dos olhos, conjuntivite catarral (lacrimejamento) e barbelas inchadas, especialmente nos machos. Muitas vezes, o sintoma mais visível e, às vezes, único, é a secreção nasal, que em aves com infecção recente é de cor clara, ficando mais consistente e amarelado com a persistência da doença. Essa secreção causa obstrução das vias respiratórias e leva a uma característica respiração pela boca.
Sua transmissão ocorre por meio de aerossol, principalmente por contato direto entre aves doentes; por moscas; contato das aves com fômites; ou, pela ração e água contaminadas; sendo as aves infectadas de forma crônica e mesmo as portadoras que não apresentam os sintomas, importantes disseminadoras da bactéria. A transmissão ocorre, normalmente, das aves de idade mais velha para mais jovens, quando há criação de múltiplas idades em um mesmo local. É muito comum seu surgimento em lugares úmidos, sujeitos a correntes de ventos frios, assim como em abrigos e instalações mal construídas.
A doença tem impacto econômico em função do aumento do número de refugagem em aves em crescimento e, principalmente, por provocar queda de postura com até 40% de perda.
O diagnóstico da coriza infecciosa é baseado nas evidências clínicas associadas às provas laboratoriais, já que outras doenças podem apresentar sinais parecidos. Por isso, é muito importante a presença de um médico veterinário para dar o diagnóstico definitivo.
Há boa reposta frente ao tratamento com antibiótico, reduzindo a severidade dos sintomas após uma semana da administração. Porém, isso não elimina a possibilidade de recorrência, devido à permanência de aves portadoras na criação. O controle dessa e de outras doenças está na realização de um manejo sanitário eficiente, com medidas de biossegurança e limpeza, e desinfecção das instalações e dos equipamentos utilizados na criação. As medidas de higiene e de profilaxia tanto podem ser de caráter geral, quanto específicas, pelo uso de vacinas.
Os programas de vacinação das aves variam de acordo com a região onde a criação está localizada, pois dependem do risco sanitário da mesma. Lembrando que a vacinação é uma medida de prevenção. Para as doenças bacterianas elas são raramente usadas, sendo úteis apenas em lugares em que o processo seja enzoótico, ou seja, em regiões em que a doença aparece com frequência.
No caso da vacina contra a coriza infecciosa, constituída da bacterina inativada a partir de Hemophillus gallinarum, a aplicação é feita por via subcutânea às 10-15 semanas, com revacinação após três semanas, em zonas enzoóticas.
O controle dessa e de qualquer outra doença se faz com medidas preventivas quanto ao manejo sanitário e aplicação de vacinas, assim como no tratamento das enfermidades. É preciso, primeiro, entrar em contato com um médico veterinário, para assisti-lo de forma correta nas formas de tratamento e prevenção, adequadas a cada tipo de criação, e ao manejo destinado em cada uma.
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